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quinta-feira, 9 de julho de 2015

União Soviética: período stalinista (1927-1953)

A construção do socialismo na União Soviética: Após a Guerra Civil, a Rússia voltou-se para a formação do socialismo no país, inicialmente com medidas moderadas, como NEP (Nova Política Econômica), lideradas por Vladimir Lenin. O NEP caracterizava-se por ser uma política mais liberal, sem tanta intervenção estatal nos assuntos econômicos. Para Lenin e muitos outros bolcheviques, significava um recuo estratégico para se chegar ao socialismo e, por consequência, ao comunismo.
Após a morte de Lenin e a ascensão de Josef Stálin ao poder na Rússia, em 1924, a construção do socialismo em um só país ganhou força e o novo líder soviético passou a investir fortemente na industrialização sob o comando estatal e do partido comunista, bem como na coletivização dos campos.
Stálin
Coletivização forçada dos campos: em 1930, a URSS iniciou a ocupação estatal dos campos, de forma forçada, o que gerou uma guerra entre o estado soviético e os pequenos e médios proprietários rurais. Partindo da ideia de “luta de classes”, Stálin enviou uma brigada operária para enfrentar os camponeses e forçá-los a ceder suas terras ao poder estatal. A intenção de Stálin era formar fazendas coletivas com as terras ocupadas, em que o estado seria o proprietário e os camponeses seriam trabalhadores assalariados públicos.
Alexei Stekhanov
Industrialização acelerada: Outro ponto relacionado ao período de Stálin e o alto investimento nas indústrias especialmente a indústria pesada e a de geração de energia. O trabalho dos operários nestas indústrias era extremamente sacrificante: deveriam produzir o máximo no menor tempo possível. Tal situação era exemplificada pelo operário Alexei Stekhanov, que chegava a extrair 100 toneladas de carvão em 6 horas, quando o normal era 8 toneladas neste mesmo período de tempo! Ou seja, o trabalho tinha de ser além do limite máximo humano. Apesar disso, os índices industriais soviéticos deram saltos durante os anos 30, superando potências como França, Inglaterra e Alemanha.

Como a URSS financiava tais investimentos? Ainda era a partir de trocas comerciais com as potências ocidentais, inclusive os EUA, o que só mudará depois de 1945, quando ambos os países introduziram a Guerra Fria e tornaram-se antagonistas.
Ainda que pesado e autoritário, o socialismo soviético conseguiu transformar um país atrasado e agrário em uma grande força industrial, o que estimulou o aumento de empregos e de oportunidades para uma população até então acostumada com a pobreza. Além disso, o governo de Stálin investiu fortemente em serviços assistenciais para o povo, principalmente em saúde, educação e distribuição de renda, políticas que ajudaram – e muito – na popularidade da imagem de Stálin como governante junto ao povo russo. O apoio popular do líder não era só devido a propaganda que o governo e o partido faziam perante a população, afinal, do que adiantaria propaganda se não houvesse ações do governo? As pessoas, obviamente, não eram ingênuas e sabiam que com aquele governo, obteriam ganhos sociais até então inimagináveis, em que pese a política autoritária do governo, retratada pelo episódio dos expurgos.
Stálin e a adulteração de fotos: retirada
de um inimigo na nova imagem.
O terror stalinista – os expurgos (1936-1938): Os expurgos foram medidas adotadas por Stálin com a intenção de impor seu poder no partido comunista e no estado, perseguindo e eliminando aqueles que tinha uma posição contrária ao seu governo ou que pretendiam retirar seu poder. Foi utilizado amplamente o recurso da tortura e da perseguição contra aqueles  que fossem vistos como “inimigos da revolução” ou “traidores”. Com tais medidas, eram comuns pessoas influentes tanto no Estado como no aparelho partidário abandonarem a oposição e apoiarem Stálin e suas ações. Ou seja, por convicção ou por medo dos expurgos – em geral, pagos com pena de trabalho compulsório nas Gulag , verdadeiros campos de concentração em regiões inóspitas, como a Sibéria – Stálin angariou aliados e fortaleceu seu poder cada vez mais.
Evidentemente, Stálin não pensou sozinho a política dos expurgos: o apoio partidário foi fundamental para a imposição da sua autoridade e a estrutura partidária serviu para auxiliar a administração na caça aos inimigos da revolução.

BIBLIOGRAFIA

FERREIRA, Jorge. O socialismo soviético. IN: REIS Fº, D.; FERREIRA, J; ZENHA, C. O Século XX: o tempo das crises. Ed. Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 2005, pp. 79-109.


segunda-feira, 6 de julho de 2015

Os partidos políticos na história brasileira (1964-hoje)

Dando continuidade a proposta de conhecer os partidos políticos brasileiros - presente no post Os partidos políticos na história brasileira (1945-1964) - clique aqui - agora mostraremos os partidos surgidos durante a ditadura militar e aqueles que vieram após a mesma.

DITADURA MILITAR (1964-1979)

A ditadura iniciada com o golpe de abril de 1964 encerrou com os partidos surgidos após 1945 com o Ato Institucional N°2, de outubro de 1965. Com o ato, saíram, arbitrariamente, de cena PTB, PSD e UDN. O motivo para acabar foram os resultados das eleições para governadores de estado daquele mesmo ano em Minas Gerais e Guanabara, vencidas por petebistas, contrários aos militares.
No início de 1966, a ditadura instituiu o bipartidarismo: só poderiam existir dois partidos políticos, sendo um a favor e outro contra o governo. O modelo acabou levando ao surgimento da Arena e do MDB.

1- Aliança Renovadora Nacional (Arena) - Era o partido de apoio a ditadura. Aglutinou políticos que defenderam o golpe e que pertenciam a partidos como PSD, UDN e PL. De perfil conservador, caracterizou-se por ser o braço dos presidentes-ditadores no Congresso Nacional. Dentre os líderes destacados estavam José Sarney, Paulo Maluf, Ildo Meneghetti e Jarbas Passarinho.
2 - Movimento Democrático Brasileiro (MDB) - Foi o grupo que aglutinou as oposições a ditadura. Nela estavam membros do PTB, PCB, PSD e PSB que se opuseram ao golpe, mas que não acreditavam na luta armada como forma de resistência. Nos primeiros anos, ficou conhecido como "oposição consentida" por não tomar atitudes fortes contra o regime. A partir de 1968 isso mudou e o MDB passou a protagonizar a luta contra a ditadura no campo político, com o apoio de outras entidades sociais. Destacavam-se nas suas fileiras nomes como Ulysses Guimarães, Pedro Simon, Márcio Moreira Alves e Paulo Brossard.

FINAL DA DITADURA E REDEMOCRATIZAÇÃO (1979-...)

Ainda durante a ditadura o bipartidarismo foi extinto e o pluripartidarismo reposto em 1979. Com a perspectiva da abertura política e o retorno de exilados, pipocaram novos partidos. A ideia do governo era "dividir para reinar". Ou seja, as oposições iriam se fragmentar, enquanto o partido do governo ficaria coeso... A estratégia num primeiro momento deu certo: A Arena apenas mudou de nome: virou o PDS, enquanto o MDB - a partir de 1979, PMDB - viu surgir outros partidos contrários a ditadura, mas com propostas diferentes como o PT, o PDT, o PTB e o PC do B. Vejamos alguns desses partidos atualmente:

Michel Temer
1 - Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) - Herdeiro do antigo MDB, congregou os opositores moderados a ditadura. Governou o Brasil a partir de 1985 com José Sarney e desde então consolidou-se como o maior partido brasileiro. De perfil centrista e negociador, costuma ser o termômetro político: todo o governante precisa do PMDB para poder governar, se não o tiver, corre sérios riscos... Esteve em todos os governos brasileiros desde 1985. Líderes: Ulysses Guimarães, José Sarney, Renan Calheiros, Pedro Simon, Michel Temer e Eduardo Cunha.

Luis Inácio Lula da Silva em 1989
2- Partido dos Trabalhadores (PT) - Fundado em 1980, congregou em suas fileiras sindicalistas, ex-guerrilheiros e lideranças católicas de esquerda. Partido de esquerda, o PT caracterizou-se por ser o primeiro partido brasileiro de massas - ou seja, surgido na sociedade civil, e não em gabinetes políticos; a partir das pessoas comuns, e não de políticos profissionais. Foi forte oposição aos governos brasileiros até 2002, quando conseguiu chegar ao poder - conseguiu alterar o perfil social brasileiro, mais igualitário e com mais oportunidades para todos, mas também caiu em contradições como em casos de corrupção. Líderes: Lula, Dilma Rousseff, Olívio Dutra, Tarso Genro e Eduardo Suplicy.

3- Democratas (DEM) - Originário do PFL, antiga dissidência do PDS, herdeiro da Arena. Partido de centro-direita, liberal em termos econômicos - defendem a redução do Estado - e conservador em termos políticos e sociais- favoráveis a redução da maioridade penal. Governou junto com PSDB durante a era FHC. Líderes: Aureliano Chaves, Agripino Maia, Ronaldo Caiado e Onyx Lorenzoni.

4- Partido Progressista (PP) - Herdeiro direto da Arena e partido que alterou o nome diversas vezes: iniciou como PDS, passou para PPR, depois PPB e o atual PP. Partido conservador e que tem reduzido de tamanho ao longo do tempo, ao ponto de atualmente se dividir entre um grupo que está presente em um governo de esquerda e aqueles contrários a essa posição. Líderes: Paulo Maluf, Ana Amélia Lemos e Francisco Dornelles.

Leonel Brizola
5- Partido Democrático Trabalhista (PDT) - Fundado por Leonel Brizola após ele ter perdido a sigla PTB para Ivete Vargas. O PDT é o herdeiro do trabalhismo do PTB de Getúlio Vargas e João Goulart. Adotou como bandeira a defesa dos direitos trabalhistas e o acesso à educação. Nunca chegou ao poder nacional, embora Brizola tenha chegado perto em 1989. Além de Brizola, o PDT tem como líderes Carlos Lupi, Cristovam Buarque e Alceu Collares.

6 - Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) - Como dito anteriormente, o PTB pós-1979 não é aquele anterior ao golpe. De perfil mais conservador e fisiologista - alia-se a qualquer lado político que lhe favoreça - o PTB esteve no centro da crise do mensalão, em 2005. Líderes: Roberto Jefferson e Cristiane Brasil.

Outros partidos foram surgindo ao longo dos anos, destacando-se:

Aécio Neves
7- Partido Social-Democrata Brasileiro (PSDB) - O PSDB surgiu em 1988 como dissidência do PMDB. Destaca-se pela proposta social-democrata, também chamada de "terceira via", para além da direita e da esquerda. governaram o Brasil após Collor, com Itamar Franco e depois com os dois governos Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). É o maior partido de oposição atualmente e para diferenciar-se do PT tem tomado posições mais conservadoras, afastando-se da ideia da social-democracia. Lídres: FHC, José Serra, Aécio Neves.

Luciana Genro
8- Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) - Surgiu em 2005, como resultado de uma dissidência do PT, insatisfeita com os rumos do governo Lula. Caracteriza-se pela postura combativa em favor de propostas mais progressistas tanto na economia como no social. Defendem bandeiras históricas dos movimentos sociais como a Reforma Agrária e os Direitos Humanos. Líderes: Luciana Genro, Jean Willys, Chico Alencar e Ivan Valente.

Outros partidos importantes no cenário político atual brasileiro: Partido Socialista Brasileiro (PSB), Partido Comunista do Brasil (PC do B), Partido da República (PR), Partido Verde (PV), Partido Republicano Brasileiro (PRB), Partido Popular Socialista (PPS), Partido Social Democrático (PSD).

Atualmente, existem 32 partidos no Brasil e em torno de 20 partidos com processo aberto para se formarem.

Partidos brasileiros atuais