Não é possível falarmos do Egito Antigo sem nos referirmos a figura
principal em termos de poder nesta sociedade: O rei, ou, como passou a ser
conhecido a partir do Antigo Império, o Faraó. Seja na religião, na política,
na sociedade ou na economia, a figura do monarca está sempre presente na vida
dos egípcios.
A religião no Egito caracteriza-se pelo seu politeísmo. Além disso, a concepção de vida dos egípcios era
impregnada pelas práticas religiosas: A produção originada no Nilo era
considerada um presente dos Deuses; os cultos eram feitos visando o bem-estar
das divindades, fazendo-as agir pelo bem de todos os egípcios, etc. Na relação
entre sociedade e Faraó não é diferente: o rei é visto também como o próprio
Deus, cabendo a ele agir da forma que mantenha o povo vivendo bem, sem riscos
de perdas na produção econômica ou de ameaças externas. O Rei é o Deus na terra
e é sua origem divina que legitima seu poder. Entretanto, após a sua morte, não
o Deus que morre: é apenas o homem, pois o seu sucessor herdará as “divindades”
que o predecessor representava.
Representação do Faraó Akhenaton (ou Amenófis IV) e sua família. Este farão reinou no século X a.C. |
O poder faraônico é expresso de diversas formas: Quando obriga a
população camponesa a trabalhar obrigatoriamente para o Estado, o que é chamado
de trabalho compulsório. Quem ergueu
as grandes pirâmides ou a esfinge, entre tantas obras “faraônicas”? –
expressão, aliás, advinda da grandiosidade das obras construídas pelos senhores
do Egito. Graças a esta mão de obra, que não reclamava de tal esforço: uma vez
que entendiam aquele trabalho como uma ordem divina, simbolizada pelo Faraó. As
artes também são formas de representação do poder político egípcio: nas
pinturas é normal aparecer a figura do Rei maior do que dos outros egípcios, ou
agredindo os estrangeiros que pudessem invadir o “mundo” egípcio.
A economia é quase totalmente controlada pelo Estado faraônico. Ou seja,
praticamente toda a atividade econômica do Egito Antigo está nas mãos do Faraó
e sob controle de seus funcionários: na agricultura, atividade por excelência
da sociedade egípcia, metade da produção dos camponeses eram recolhidas para os
templos. A historiografia consolidou o conceito de corvéia para esta prática. Logicamente quem fazia o “trabalho sujo”
eram os funcionários do templo: a eles cabiam fazer o recolhimento da corvéia e
há inúmeros testemunhos de que não faziam de forma muito amigável... Mas porque
os camponeses deviam pagar a corvéia? Porque praticamente toda a terra
pertencia ao Estado, e dessa forma, toda a produção de um camponês pertencia
não a si próprio, mas ao Faraó e este tomava as decisões quanto ao destino
desta riqueza.
Como vimos, é impossível olharmos a sociedade egípcia sem entendermos a figura
do Faraó e o seu papel como monarca.
Processo de mumificação do Faraó Mais sobre Egito Antigo no Blog: http://profeandersonhistoria.blogspot.com.br/search/label/Egito%20Antigo |
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