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terça-feira, 7 de abril de 2015

Os faraós egípcios: reis e deuses


Não é possível falarmos do Egito Antigo sem nos referirmos a figura principal em termos de poder nesta sociedade: O rei, ou, como passou a ser conhecido a partir do Antigo Império, o Faraó. Seja na religião, na política, na sociedade ou na economia, a figura do monarca está sempre presente na vida dos egípcios.
A religião no Egito caracteriza-se pelo seu politeísmo. Além disso, a concepção de vida dos egípcios era impregnada pelas práticas religiosas: A produção originada no Nilo era considerada um presente dos Deuses; os cultos eram feitos visando o bem-estar das divindades, fazendo-as agir pelo bem de todos os egípcios, etc. Na relação entre sociedade e Faraó não é diferente: o rei é visto também como o próprio Deus, cabendo a ele agir da forma que mantenha o povo vivendo bem, sem riscos de perdas na produção econômica ou de ameaças externas. O Rei é o Deus na terra e é sua origem divina que legitima seu poder. Entretanto, após a sua morte, não o Deus que morre: é apenas o homem, pois o seu sucessor herdará as “divindades” que o predecessor representava.
Representação do Faraó Akhenaton (ou Amenófis IV) e sua
família. Este farão reinou no século X a.C.
O poder faraônico é expresso de diversas formas: Quando obriga a população camponesa a trabalhar obrigatoriamente para o Estado, o que é chamado de trabalho compulsório. Quem ergueu as grandes pirâmides ou a esfinge, entre tantas obras “faraônicas”? – expressão, aliás, advinda da grandiosidade das obras construídas pelos senhores do Egito. Graças a esta mão de obra, que não reclamava de tal esforço: uma vez que entendiam aquele trabalho como uma ordem divina, simbolizada pelo Faraó. As artes também são formas de representação do poder político egípcio: nas pinturas é normal aparecer a figura do Rei maior do que dos outros egípcios, ou agredindo os estrangeiros que pudessem invadir o “mundo” egípcio.
A economia é quase totalmente controlada pelo Estado faraônico. Ou seja, praticamente toda a atividade econômica do Egito Antigo está nas mãos do Faraó e sob controle de seus funcionários: na agricultura, atividade por excelência da sociedade egípcia, metade da produção dos camponeses eram recolhidas para os templos. A historiografia consolidou o conceito de corvéia para esta prática. Logicamente quem fazia o “trabalho sujo” eram os funcionários do templo: a eles cabiam fazer o recolhimento da corvéia e há inúmeros testemunhos de que não faziam de forma muito amigável... Mas porque os camponeses deviam pagar a corvéia? Porque praticamente toda a terra pertencia ao Estado, e dessa forma, toda a produção de um camponês pertencia não a si próprio, mas ao Faraó e este tomava as decisões quanto ao destino desta riqueza.

Como vimos, é impossível olharmos a sociedade egípcia sem entendermos a figura do Faraó e o seu papel como monarca.
Processo de mumificação do Faraó

Mais sobre Egito Antigo no Blog: http://profeandersonhistoria.blogspot.com.br/search/label/Egito%20Antigo

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