Colonialismo e
Imperialismo são dois conceitos que se confundem: ambos definem a expansão
política e econômica das nações europeias – especialmente Inglaterra e França,
mas também os novos países surgidos no século XIX como Alemanha e Itália, e os
decadentes impérios português e espanhol. Tal expansão tinha como objetivo
conquistar novos mercados consumidores para a produção industrial europeia, bem
como adquirir a custo baixo matérias-primas escassas no velho continente.
Também serviu para espalhar a “cultura superior” branca, civilizar os
“bárbaros” negros e amarelos daquelas regiões. A Conferência de Berlim (ALE),
nos anos de 1884 e 1885 reuniu na capital alemã os líderes das potências
europeias, com o propósito de “dividir” o mundo colonial entre eles. Em outras
palavras, decidir quem fica com que parte para colonizar e dominar política,
econômica e culturalmente, a fim de evitar as já evidentes rivalidades entre as
nações imperialistas. A isso se convencionou chamar de “partilha do mundo”
entre estas potências.
No entanto, devemos
atentar para o que significou a colonização aos olhos daqueles que a sofreram.
Ou seja, dos povos colonizados. Como reagiram? De que forma encararam a invasão
de seus territórios? Longe de ficarem passivos ou aceitarem sem questionamentos a
dominação europeia, os povos afro-asiáticos impuseram diversas formas de
resistências, seja violentas, seja pacíficas e/ou culturais. Enfim, o fato é
que não fora fácil para os colonizadores impor seu domínio naquelas regiões.
Vejamos alguns casos específicos:
1)
África
Destacam-se
as resistências violentas contra a ocupação europeia. Apenas uma obteve
sucesso: A Etiópia, na época conhecida como Abissínia, resistiu as tentativas de invasão dos italianos,
chegando a derrotar o exército do país europeu. Outros casos não obtiveram
sucesso, mas resistiram enquanto puderam as invasões, como o Sudão, o Egito, e a Namíbia.
Nos
países do norte africano, de população muçulmana, houve resistências fortemente
influenciadas pela religião islâmica.
2) Ásia
No
continente asiático, houve várias formas de resistência, na qual destaca-se,
sem dúvida, a assimilação cultural e
a ocidentalização: foi o caso do Japão, que optou por assimilar
características da cultura europeia, sem abrir mão da tradição local e fez sua
revolução industrial. Mais ainda, os japoneses acabaram tornando-se também
imperialistas! Ou seja, usaram a tática de abrir-se para o Ocidente antes que estes tentassem os conquistarem e buscaram novos mercados na própria região, colonizando a
península da Coreia e outras ilhas próximas.
Mahatma Gandhi: principal líder da independência indiana |
A Índia acabou conquistada pelos ingleses,
mas os indianos souberam aproveitar-se também dos contatos com os colonizadores
e buscaram resistir em bases ocidentais, com surgimento de partidos políticos
antibritânicos e de movimentos nacionalistas, que adquiriram popularidade e ajudaram o país a libertar-se dos
ingleses com a tática pacífica da desobediência civil, de Mahatma Gandhi (1869-1948).
Na
China, houve confrontos armados com
os ingleses na Guerra dos Boxers (1900), liderados por um movimento nacionalista, que queria evitar a penetração britânica nas terras
chinesas. A derrota custou a queda da China diante da Inglaterra, mas mostrou o
uso da ideia de nacionalismo como forma de resistência por aquele
grupo de Pequim.
Representação da Guerra dos Boxers, na China |
Em suma, a
colonização por si só transformou tanto colonizadores como colonizados: a troca
cultural, embora desigual em favor do dominador, acaba fornecendo mecanismos de
defesa para o povo submetido por estes. Aqueles países nunca mais seriam os
mesmos depois da colonização. Resistiram e utilizaram recursos dos próprios
dominadores para resistir. Tampouco o colonialismo fora uma exclusividade
europeia: países como Japão também a usaram e contra seus vizinhos. Ou seja,
não foi só o “homem branco” que conquistou através da força e da violência. Mas
sem dúvida, foram os europeus e o seu mito de superioridade os que mais deixaram rastros de destruição e de
mortes.
BIBLIOGRAFIA:
REIS Fº,
Daniel; FERREIRA, Jorge; ZENHA, Celeste. O
Século XX: o tempo das certezas. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira,
2011.
Aqui, os mapas da partilha na África e na Ásia!
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