Como já discutimos em sala de aula, o Iluminismo foi
um movimento filosófico dos séculos XVII e XVIII que propôs novas formas de
pensar, atingindo em cheio o pensamento religioso predominante daquela época. O
Homem não era mais dependente do que Deus dizia ou do que a Igreja preconizava:
para os filósofos iluministas, o Homem era dono de o próprio saber e capaz de,
racionalmente, pensar por si próprio, ou, nas palavras de Imannuel Kant, sair
da menoridade e tornar-se independente.
Jean-Jacques Rousseau |
É importante ressaltar, no entanto, que tais ideias
não eram uma novidade: na verdade, os iluministas se inspiravam em cientistas
do século XVI e XVII como Francis Bacon, Isaac Newton, Galileu Galilei, entre
outros, que já estavam colocando em dúvida as certezas religiosas da Europa
Moderna.
Estas ideias foram fundamentais para que a burguesia
ascendente na Europa enfrentasse o poder vigente, ainda nas mãos dos reis e da
Nobreza, auxiliadas pela Igreja Católica. A burguesia – que enriquecia a partir
da produção manufaturada e a venda destes produtos – ainda encontrava-se
afastada da luta política e viu nas ideias iluministas uma forma de influenciar
na luta pelo poder: não é à toa que as teorias políticas de Montesquieu serão
defendidas pelos burgueses. Com a ideia dos três poderes, seria mais fácil aos
novos ricos acessar o poder político na Europa do Antigo Regime. No entanto,
isso não significa dizer que os iluministas estavam a serviço da burguesia
ascendente: na verdade, muitos deles eram ligados a monarcas ou a própria
Igreja Católica, mas suas ideias ajudaram este novo grupo social a
posicionar-se diante da sociedade europeia ainda dominada pelo Absolutismo e
pela ideologia cristã.
Além disso, o iluminismo também servia para a defesa
das propriedades: a propriedade, segundo os filósofos da época, era individual
e não pertencia aos reis ou aos religiosos. Mais uma vez, a filosofia
iluminista caia bem aos ouvidos burgueses.... Uma das consequências será a
própria Revolução Francesa, muita influenciada pelo pensamento da ilustração.
A crença na Ciência é outro ponto marcante na
filosofia das luzes: o homem só seria capaz de chegar à razão, a verdade, a
partir do estudo e da busca incessante do conhecimento: não bastava mais
esperar a intervenção divina. O ser humano deveria buscar a verdade por suas
próprias forças, através da investigação, da prática e da experimentação até
chegar o resultado real. Tudo era passível de crítica: o papel do intelectual é
duvidar, antes de tudo.
Por fim, o enciclopedismo é outro fator importante
sobre o “século das luzes”: a ideia básica era recolher todo o conhecimento até
então construído e juntar tudo em uma compilação de livros: seria a “geografia
do saber”, todo ele estaria ali, naqueles livros para que qualquer um pudesse
pesquisar e aprender.
Até que ponto as ideias iluministas estão ainda
presente no mundo de hoje?
ALGUNS FILÓSOFOS ILUMINISTAS
Filósofo
|
Período de Vida
|
Nacionalidade
|
Área
|
Teoria\Bandeira
|
John Locke
|
1632-1704
|
inglês
|
Política
|
Liberalismo/Empirismo
|
Voltaire
|
1694-1778
|
francês
|
Social
|
Anticlericalismo
|
Barão de
Montesquieu
|
1689-1755
|
francês
|
Política
|
Teoria dos Três
Poderes
|
Jean-Jacques
Rousseau
|
1712-1778
|
suíço
|
Política\Educação
|
Contrato
Social\Liberdade de Pensamento
|
Immanuel Kant
|
1724-1804
|
prussiano
|
Filosofia
|
Minoridade do Homem
|
Denis Diderot
|
1713-1784
|
francês
|
Fisolofia
|
Enciclopedismo
|
Jean D’Alambert
|
1717-1783
|
francês
|
Matemática\Física
|
Enciclopedismo
|
Adam Smith
|
1723-1790
|
escocês
|
Economia
|
Fisiocracia/Liberalismo
econômico
|
BIBLIOGRAFIA:
FALCON,
Francisco. Iluminismo. São Paulo,
Ática, 2004.
FORTES, Luiz.
O Iluminismo e os reis filósofos. São
Paulo, Brasiliense, 1987.
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