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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A Guerra Fria em 4 atos (1945-1989)


ATO I – Montagem da Guerra e hegemonia norte-americana (1945-1949)
Conferências de Potsdam/ALE e Yalta/URSS (ambas em 1945) à definições geográficas e políticas dos blocos capitalista e socialista. Os Estados Unidos teriam como zona de influência a Europa Ocidental e o Japão, e os soviéticos teriam a Europa Oriental.

Plano Marshall à plano econômico dos EUA visando recuperar países devastados na II Guerra.

Doutrina Truman à ideia política de defesa das “nações livres”, ou seja, proteção a possíveis tentativas de interferência política da União Soviética nas áreas de influencia estadunidense. Exploração do medo comunista pelos EUA nos países europeus e no Japão.

Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) à Aliança militar dos EUA com os seus aliados europeus para protegê-los de possíveis avanços russos.

Organização das Nações Unidas (ONU) àorganização que pretendia reunir todos os países do mundo e mediar conflitos. Fortemente influenciado pelos EUA no seu início, sendo um braço diplomático de Washington.

Resposta Soviética: Conselho de Assistência Mútua Econômica (CAME/Comecon) e o Pacto de Varsóvia à equivalentes socialistas ao Plano Marshall e a OTAN.
Alemanha dividida: lado Ocidental sob influência capitalista e o Oriental sob domínio soviético.
Conferência de Ialta: Churchill, Roosevelt e
Stálin.

ATO II – Coexistência pacífica entre as potências e a emergência das periferias do globo (1950-1962)
Centro à países em que são tomadas as decisões principais referente ao período: EUA e URSS, além de seus aliados europeus e asiáticos.
Periferia à países e colônias distantes das decisões, alguns dependentes de países centrais seja como colônia, seja como área de influência de um dos blocos e que irão buscar protagonismo a partir da década de 50. Surgimento do Movimento dos Países Não-alinhados, que não compactuam com a situação da Guerra Fria entre as potências centrais e que irão se unir para reivindicar o fim imediato do colonialismo e melhorias sociais e econômicas em suas nações. Destacavam-se a índia, Indonésia, Paquistão, China, Cuba, Etiópia, Egito, Turquia, Vietnã, entre outros.
Este período demonstrava que o mundo não girava apenas em torno das superpotências: os não-alinhados eram o exemplo de que os países do terceiro mundo eram capazes de unirem-se e organizarem-se, e que tinham autonomia decisória na relação com os dois polos principais do globo.
Europa à formação da Comunidade Europeia, embrião da União Europeia (UE) – surgimento do Estado de Bem-estar social: implantação de políticas estatais de assistência social tais como empréstimos, prestação de serviços públicos (hospitais, escolas, etc.), geração de empregos públicos, atendimento as revindicações sociais trabalhistas, etc.
Revolução Chinesa (1949) : adesão chinesa ao comunismo
Guerra da Coréia (1950-1953): divisão da península da Coréia em Norte socialista e Sul capitalista
Construção do Muro de Berlim (1961) e Revolução Cubana (1962)

ATO III – Distensão entre as potências (1962-1979)
EUA e URSS entram em acordos visando limitar o armamento de ambos os lados e diminuir o envolvimento russo com os movimentos nacionalistas do terceiro mundo.
Fortalecimento dos países não-alinhados na ONU, fazendo os EUA perderem sua hegemonia nesta organização
Crise econômica na Europa à o Bem-estar social em xeque?
Menina vietnamita fugindo de um ataque
americano
1968 à ano de inconformismo entre os jovens e trabalhadores e outros grupos sociais ao redor do mundo quanto a Guerra Fria e a hegemonia americana. Episódios marcantes como a Guerra do Vietnã (1955-1975) em que os americanos tentam impor o capitalismo naquele país asiático e acabam sendo derrotados e a Primavera de Praga (1968), na antiga Tchecoslováquia, em que o governo comunista local tentou pôr em prática um socialismo mais democrático e acabou sendo devastado pelo exército soviético, colocavam em crise a Guerra Fria.
Aliança EUA-China

ATO IV – Segunda Guerra Fria e queda da URSS (1979-1989)
Governos conservadores nos EUA e nos países europeus: Ronald Reagan(EUA – 1980-1988) e a retomada das discussões ideológicas com a URSS à discurso do anticomunismo.
Inglaterra e o governo da “dama de ferro” Margareth Thachter à solução para a crise europeia: fim do Bem-estar social e imposição do neoliberalismo. Ou seja, o Estado retiraria quase todos os direitos dos cidadãos e não prestaria mais serviços públicos de qualidade, entregando-os as iniciativas privadas.
Guerra do Afeganistão (1979-1989): decisiva para o fim da URSS. Apoio americano aos rebeldes afegãos (dentre eles, Osama Bin Laden...)
Americanos e soviéticos na corrida espacial.
Revolução iraniana (1979): expulsão dos EUA deste país pelos revoltosos muçulmanos, com apoio soviético.
Crise Soviética: perda dos apoios no Leste Europeu, seduzidos pelo capitalismo; crise econômica e política. Mikhail Gorbatchev assumiu o poder em 1985 e iniciou as reformas políticas na URSS, aliando-se aos antigos inimigos americanos. Era questão de tempo para o desmoronamento do socialismo soviético.
Queda do muro de Berlim (1989): símbolo da queda socialista à fim definitivo da URSS em 1992.

BIBLIOGRAFIA:
HOBSBAWM, Eric. A era dos extremos. São Paulo, Companhia das Letras, 1995.

VIZENTINI, Paulo. A Guerra Fria. In: REIS Fº, D; FERREIRA, J.; ZENHA, C. O século XX: o tempo das crises. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2005. (p.195-226).

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